Comprar… Comprar!!! Consumo ou Consumismo???
Final de ano, Natal, Festas… Época de presentear e presentear-se.
Mas todo cuidado é pouco quando o risco é consumir além do necessário, e quando do consumo normal e possível, passa-se para o consumismo excessivo.
E qual a diferença entre CONSUMO e CONSUMISMO?
Pode-se dizer que o consumo é natural e necessário para a sobrevivência do ser humano. Consumimos várias coisas durante a nossa vida como alimentação, roupas, calçados, carros, imóveis. O consumo é uma coisa gostosa de fazer. Quem não gosta de ir ao supermercado ou loja comprar aquilo que precisa ou que tanto deseja? Já o consumismo é a busca da satisfação e da valorização por ter adquirido algo que geralmente não é necessário naquele momento. Em casos extremos pode ser visto como uma versão patológica do consumo, ou seja, o ato de consumir ou adquirir acaba se tornando uma compulsão onde o benefício pode ser apenas o prazer de TER.
Um dos fatores que mais influencia o consumismo é a mídia que por meio de comerciais, novelas, revistas, acabam por influenciar o indivíduo ao ato de comprar. Porém, os fatores aprendidos são muito importantes neste caso. Os pais devem determinar desde cedo o limite para o consumo de seu filho. Quando a criança aprende que “tudo pode”, “dá-se um jeito”, leva este padrão para a vida adulta. Em situações patológicas, existem fatores genéticos envolvidos que vêm na estrutura biológica e que são passados de pai/mãe para filho.
Não é muito difícil identificar um consumista. Podemos citar alguns exemplos:
- Pessoas que fazem das compras o lazer preferido
- Não sai de casa sem talão de cheques, dinheiro ou cartões.
- Cartões de créditos sempre ultrapassam os limites;
- Necessidade de ter sempre algo novo.
- Compra objetos já tendo vários outros semelhantes em casa (sapatos, gravatas,..);
- Quando vê uma promoção, corre para comprar mesmo sem ter necessidade;
- Compra mesmo sabendo que não terá dinheiro para pagar;
- Deixa de pagar uma conta para fazer outra;
- Compram todos os acessórios semelhantes aos de seu cantor ou ator preferido.
E assim, vários outros exemplos poderiam ser citados. A pessoa perde a noção do que é necessário e do que é excessivo. Algumas pessoas podem gastar boa parte de seu salário fazendo dívidas que vão se acumulando, gerando juros e virando uma “bola de neve”, quer dizer, quanto mais rola, mais aumenta. O fato de comprar traz satisfação, realização, porém, momentânea, pois logo quer comprar mais. E na hora de pagar a conta pode vir junto a falta de dinheiro e conseqüentemente o arrependimento, auto-cobrança e frustrações consigo mesmo.
O consumismo afeta a vida do indivíduo de diversas formas, pois pode causar discussões, auto-cobranças (por que comprei?), dívidas imensas, competições (eu tenho e você não tem), afetando relacionamentos familiares, amizades e até casamentos.
Atualmente o consumismo, a compulsão por compras está sendo muito falado nos meios de comunicação o que faz com que as pessoas tomem consciência de seu próprio comportamento. Porém, os mesmos meios de comunicação que alertam, também influenciam as pessoas a manterem esse tipo de comportamento consumista. Quando este ato torna-se doença é necessário buscar ajuda profissional.
Já o consumo é algo natural e consciente. O fato é que o consumismo acaba sendo um ato “sem controle” onde a emoção toma conta do indivíduo. Os pensamentos que giram em torno do indivíduo são de que ele precisa comprar para SER alguém, para aliviar suas tensões quando está feliz, triste, ansioso, nervoso como uma forma de compensação sem ter a noção de que é um alívio temporário.
O segredo está em identificar o que é “necessário” e o que é “supérfluo’. Quer dizer, se realmente preciso daquilo que estou querendo comprar ou se posso ficar sem este item. Se preciso fazer uma prestação, ou se posso guardar dinheiro para comprar à vista. Se posso comprar algo mais barato, ou se tem que ser de “marca”. A pergunta básica é: “Realmente preciso disso”?
É importante ressaltar que somos todos consumidores e que adquirir coisas que às vezes fogem um pouco do nosso orçamento é normal desde que tenhamos consciência do nosso ato. Porém, quando este consumismo foge ao controle e torna-se rotineiro virando um ato impulsivo ou compulsivo, prejudicando o dia-a-dia da pessoa e de seus familiares pode ser o momento de buscar ajuda psicológica e/ou psiquiátrica. Nesta época do ano, o consumo aumenta e corre-se o risco de iniciarmos o próximo ano com dívidas e dores de cabeça. Então, controle seus impulsos e fique atento aos seus gastos, assim poderá fazer suas compras com prazer e sem culpa.