TRANSTORNO DE ANSIEDADE DE SEPARAÇÃO
O QUE É
Antes chamada de Fobia Escolar, a Ansiedade de Separação é caracterizada pela recusa em ir para escola, acompanhada de intensa ansiedade e medo de deixar a figura de vinculação afetiva, mais especificamente a mãe.
CAUSA
Uma das causas apontadas é que o transtorno possa se desenvolver a partir de um estresse muito grande como morte, doença ou mudanças por exemplo.
O fato de haver parentes de primeiro grau, mais especificamente mães com Transtorno de Pânico, pode favorecer a identificação do quadro.
SINTOMAS
Alguns sintomas são identificados:
- Os sintomas se caracterizam principalmente pelo sofrimento excessivo frente à possibilidade de afastamento de casa e de figuras de proteção;
- Recusa em ir para a escola;
- Relutância em ir dormir sem a pessoa de vinculação;
- Negação em pernoitar longe de casa;
- Pesadelos;
- Preocupações com morte;
- Outras queixas somáticas.
Algumas características como insegurança e temor do fracasso podem estar presentes.
DIAGNÓSTICO
Conforme o DSM IV, o transtorno se caracteriza quando:
- A ansiedade é excessiva em relação ao desenvolvimento da criança/adolescente e envolve a separação do lar e da figuração de proteção;
- Os sintomas perduram por um mínimo de 4 semanas;
- Iniciam antes dos 18 anos;
- Causam sofrimento e prejuízo no funcionamento social, acadêmico e outras áreas.
Uma das características que fortalece o diagnóstico é o início antes dos 6 anos de idade.
** Outras especificações, consulte o DSM V.
PREVALÊNCIA, INCIDÊNCIA
A prevalência fica em torno de 4% em crianças e adolescentes, sendo a incidência maior em meninas.
TRATAMENTOS
O tratamento medicamentoso poderá ser utilizado se houver extrema necessidade, porém, o acompanhamento psicológico é fundamental e tem como metas:
- Treino em relaxamento muscular onde grupos musculares são progressivamente relaxados;
- Exposição gradativa ao ambiente escolar, até extinção do medo ou ansiedade;
- Reestruturação cognitiva com objetivo de modificar as interpretações distorcidas e criar estratégias de enfrentamento;
- Treino em solução de problemas para que a criança aprenda a agir diante de possíveis conflitos;
- Orientação familiar (fundamental), de modo que sejam orientados sobre formas de diminuir a superproteção e o reforço em relação ao comportamento da criança.
** O tratamento deverá ser iniciado o mais cedo possível para que não piore o quadro e dificulte ou atrase o retorno à escola.
Referencial
Rangé, Bernard. Psicoterapias cognitivo-comportamentais: um diálogo com a psiquiatria. Porto Alegre: Artmed, 2001.
www.psiqweb.med.br/site/DefaultLimpo.aspx?area=ES/VerClassificacoes&idZClassificacoes
www.clinicadesaudementaldoporto.pt/002.aspx?