Transtorno de Humor Bipolar (Depressão Bipolar) – THB
O QUE É
O Transtorno de Humor Bipolar, (também conhecido como Transtorno Afetivo Bipolar ou Transtorno Maníaco Depressivo) é uma condição grave caracterizada por oscilações de humor, alternando entre a mania (euforia / e aumento de energia) e depressão (diminuição da energia) em diversos graus.
CARACTERÍSTICAS
- Transtorno emocional grave e crônico
- Sexta maior causa de incapacitação no mundo (OMS).
- Perturbação recorrente (90% das pessoas têm novos episódios)
- Oscilação de humor
- Não há predominância de sexo;
CLASSIFICAÇÃO
De acordo com o DSM IV o THB se classifica em 2 tipos:
Transtorno Bipolar do Humor Tipo I – a maioria dos episódios de alteração do humor é do tipo eufórico. Prevalência alcança até 1% da população.
Transtorno Bipolar do Humor Tipo II – a maioria dos episódios de alteração do humor é depressivo. A prevalência pode chegar até 8% da população.
Abordagens mais recentes incluem dois novos tipos:
Transtorno Bipolar do Humor Tipo III – quando a fase maníaca ou hipomaníaca é induzida por medicação.
Transtorno Bipolar do Humor Tipo IV – oscilações leves, sem história de mania ou hipomania, porém, com humor vibrante, extrovertido e expansivo.
CAUSAS
Não existe causa definida, porém, alguns fatores podem contribuir para o desenvolvimento da doença:
- Fatores Genéticos – em pelo menos 50 % dos portadores do THB;
- Desiquilíbrio dos neurotransmissores e neurohormônios cerebrais;
- Estresse importante;
- Experiências traumáticas;
- Mudanças significativas na vida;
- Uso de drogas e álcool;
SINTOMAS
Os sintomas são variáveis de acordo com o indivíduo e com o tipo da patologia. Porém, cada fase tem sua especificidade:
Fase maníaca
- Diminuição na capacidade de discernimento / falta de crítica;
- Aumento de energia / envolvimento em situações de risco;
- Compulsões: Gastos, bebidas, drogas, sexo;
- Pensamentos acelerados / fuga de ideias;
- Hiperatividade / pensamento acelerado;
- Redução da necessidade de sono;
- Verborreico / interrompe os outros;
- Distratibilidade / dispersão;
- Agitação / irritabilidade;
- Autoestima inflada;
Fase depressiva
- Perda de interesse nas atividades que antes eram prazerosas;
- Dificuldade de concentração e tomada de decisões;
- Diminuição ou excesso no apetite;
- Insônia ou excesso de sono;
- Cansaço / falta de energia;
- Pensamentos sobre morte;
- Perda ou ganho de peso;
- Sensação de inutilidade;
- Sentimento de culpa;
- Desânimo / tristeza;
- Baixa autoestima;
- Ideação suicida;
DIAGNÓSTICO
Para o diagnóstico, é necessário que o paciente preencha os critérios definidos no DSM V.
Importante ressaltar que o diagnóstico normalmente é feito entre os 18 e 25 anos, porém, o início dos sintomas pode ocorrer ainda na infância e na adolescência. Neste casa, a criança pode receber outro diagnóstico e assim atrasar o tratamento e consequentemente comprometer a qualidade de vida do indivíduo.
** ver mais especificações no DSM V
TRATAMENTOS
O tratamento medicamentoso é de grande importância tanto na remissão dos sintomas quanto na prevenção de recaídas. O psiquiatra é o melhor especialista para prescrever a medicação adequada.
A eficácia da psicoterapia no transtorno bipolar tem sido apresentada em diversos estudos, com foco na prevenção de recaídas e na manutenção do estado eutímico (estado de equilíbrio no humor) do paciente. Porém, em fases agudas da doença, em estados de mania, a psicoterapia não é a melhor opção.
De qualquer forma, a combinação de psicoterapia e medicação como primeira escolha de tratamento foi a mais indicada em pesquisa canadense.
No que diz respeito à psicoterapia, os estudos mostram que as abordagens comportamentais surtem mais efeito do que as cognitivas. Porém, tendo por base que os sintomas podem surgir em decorrência de comportamentos mal- adaptativos e padrões cognitivos, o foco do tratamento terapêutico se baseia em mudar esses padrões de forma a estabelecer diálogo lógico e/ ou encontrar uma forma de ativação comportamental adequada.
Pode-se utilizar técnicas de autocontrole, manejo do estresse, exposição e enfrentamento. Na fase depressiva, a ativação comportamental e atividades de reestruturação cognitiva devem ser incluídas para auxiliar o paciente em relação à apatia. Já na fase eufórica, ou de maior ansiedade, pode-se utilizar o relaxamento muscular.
A participação da família, psicoeducação (informações sobre a patologia), atividade física e cuidados com o sono também faz parte do tratamento.
Referencial
El-Mallakh RS, Ghaemi SN. Depressão bipolar: um guia abrangente. Porto Alegre: ArtMed; 2008.
www.abtb.org.br/transtorno.php
www.abrata.org.br/new/oqueE/transtornoBipolar.aspx
www.psiqweb.med.br/site/?area=NO/LerNoticia&idNoticia=3
www.minhavida.com.br/saude/temas/transtorno-bipolar
https://pt.scribd.com/doc/248320024/Manual-Diagnosico-e-Estatistico-de-Transtornos-Mentais-DSM-5-1-pdf
Livro
www.carloslivraria.com.br/depressao-bipolar.html