Transtorno de Humor Depressivo (THD) – Uma Visão Cognitiva

O QUE É

É um estado de humor que afeta o funcionamento cerebral e o bem estar físico do indivíduo, comprometendo a sua rotina diária no que diz respeito aos aspectos pessoais, emocionais, familiares e sociais.

A estimativa é de que pelo menos 15% da população adulta entre 18 e 74 anos teve ou terá um episódio depressivo que necessite tratamento.

CARACTERÍSTICAS

  • Transtorno emocional grave e crônico
  • Um dos principais fatores de incapacitação no mundo
  • Manifesta-se mais em adultos
  • Índices mais altos em mulheres (diversos fatores)
  • Perturbação duradoura do humor
  • Varia de intensidade – leve/grave

 CAUSAS

A depressão pode surgir como comorbidade de outras patologias como alguns transtornos de ansiedade, alcoolismo, doenças crônicas, etc. Porém, outros fatores contribuem para o desenvolvimento da depressão:

  • Fatores Genéticos – predisposição
  • Fatores Ambientais – iluminação, ruídos…
  • Fatores sociais – eventos da vida, exigências…
  • Padrões comportamentais – timidez…
  • Formas de pensamento – pessimismo, baixa-estima…

 SINTOMAS

Segundo o modelo cognitivo da depressão ocorre uma tríade de fatores que convergem para a patologia: a visão negativa que o paciente tem de si próprio, tendência a interpretar suas experiências como negativas e a visão negativa em relação ao futuro.

Como consequência, surgem outros sintomas:

  • Rebaixamento do humor
  • Redução da energia e diminuição da atividade
  • Perda de interesse e de prazer
  • Diminuição da capacidade de concentração
  • Problemas do sono e diminuição do apetite
  • Diminuição da libido
  • Diminuição da autoestima e da autoconfiança
  • Ideias de culpabilidade e ou de indignidade
  • Ideação suicida (grau – grave)

** O comprometimento do indivíduo varia conforme o grau em que a patologia se encontra.

 DIAGNÓSTICO

O diagnóstico deverá ser feito por profissionais da área de saúde, mais especificamente, psiquiatra ou psicólogo, que levará em conta toda a queixa do paciente. Em seguida, o tratamento poderá ser iniciado.

** Outras especificações, consulte o DSM V.

 TRATAMENTOS

Se necessário o médico especialista deverá prescrever a medicação. O tratamento psicoterapêutico poderá ser associado para resultados mais efetivos.

Algumas técnicas podem ser utilizadas dentro do processo terapêutico:

Técnicas Cognitivas – têm como função testar as crenças errôneas do paciente e auxilia-lo na reformulação do pensamento automático.

  • Monitorar pensamentos automáticos negativos (**RDPD);
  • Reconhecer as conexões entre cognição, afeto e comportamento;
  • Examinar as evidências em relação aos pensamentos distorcidos;
  • Refazer pensamentos de forma funcional (orientadas á realidade);
  • Identificar crenças disfuncionais e alterá-las.

** Registro Diário de Pensamentos Automáticos

Técnicas Comportamentais – têm a função de auxiliar o paciente a encontrar cognições associadas à comportamentos disfuncionais e efetivar a mudança comportamental.

  • Agenda semanal de atividades;
  • Lista de atividades de domínio;
  • Lista de atividades de prazer;
  • Tarefas de exposições gradativas.

Depressão e Hipnoterapia

A terapia associada à hipnose visa tratar as identificar e tratar possíveis causas da depressão, ressignificar o passado e criar a ponte para o futuro. Um bom rapport é necessário para que o paciente se sinta seguro e estabeleça vínculo.

Durante o transe, o profissional poderá trabalhar as crenças centrais, reestruturá-las e estabelecer sugestões que facilitarão a mudança.

Se a opção for à regressão, a revificação poderá facilitar o acesso às emoções relacionadas à situação específica e com isso abre-se a possibilidade de modifica-las. Na sequência, pode-se sugerir uma progressão, instalar novos recursos para que este indivíduo consiga se perceber em um novo momento e com novos objetivos.

Fatores relevantes

Estudos mostram que 75% das internações psiquiátricas se devem à esta patologia. Apesar dos avanços em relação à medicações, a prevalência da depressão não diminui e a taxa de suicídio aumentou nos últimos anos. Isso pode ser devido ao fato de que nem todos os pacientes respondem ao uso dos antidepressivos e de que a taxa de recaída em torno de um ano após o término do tratamento pode variar em até 50%. Porém, até 65% dos pacientes apresentam melhora definitiva com o tratamento medicamentoso.

Sugere-se que a psicoterapia pode ser mais benéfica do que a medicação em alguns casos, e muito eficiente quando associada à medicação, pois auxilia o paciente a pensar e agir de forma funcional e adaptativa e favorece a reestruturação cognitiva e o enfrentamento das rotinas diárias podendo assim, aos poucos ir retomando seus objetivos.

by Josiéte Trentini Stocco

Livros
http://www.carloslivraria.com.br/terapia-cognitiva-da-depressao.html
http://www.carloslivraria.com.br/dsm-5-manual-de-diagnostico-e-estatistico-de-transtornos-mentais.html#

Referencial
BECK, A.T.; RUSH, A.J.; SHAW, B.F.; EMERY, G. (1997) Terapia Cognitiva da Depressão, Porto Alegre: ArtMed.
www.sofiabauer.com.br/manual_de_depressao.htm
www.ibamendes.com/2011/06/conceito-atual-de-depressao.html
www.scielo.br/scielo.php?pid=S1516-44461999000500003&script=sci_arttext
www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=5879
www.noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2012/12/08/terapia-da-hipnose-ajuda-a-tratar-problemas-como-depressao-ansiedade-e-ate-estresse.htm