TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO
No mundo atual, onde tudo pode acontecer, medos e preocupações são comuns. Zelamos pela nossa saúde, segurança e bem estar. Desta forma, conferir as trancas das portas antes de deitar, cuidar da bolsa ao andar em ruas movimentadas, lavar as mãos antes das refeições são comportamentos aprendidos e que fazem parte do nosso dia-a-dia. Porém, quando estes comportamentos tornam-se repetitivos e excessivos, causando aflição à pessoa e alterando a sua rotina, podemos estar diante de uma patologia.
O QUE É
O Transtorno Obsessivo-Compulsivo também conhecido como TOC é um transtorno de ansiedade caracterizado pela presença de obsessões e compulsões, ou seja, alterações no pensamento e no comportamento que causam desconforto emocional, interferindo na rotina do individuo.
SINTOMAS
As alterações do pensamento do comportamento, do pensamento e das emoções são as características principais desta patologia.
Explicando melhor:
Obsessões – São ideias intrusivas, pensamentos ou imagens que invadem a mente sem que a pessoa o deseje, de forma repetida e persistente, acompanhadas de medo, ansiedade e até mesmo culpa. Exemplos de algumas obsessões:
- Preocupação excessiva com contaminação e doenças;
- Medo de perder o controle e se ferir ou ferir alguém;
- Pensamentos indesejáveis de blasfêmia, pecados, sexo;
- Músicas intrusivas ou cenas que permanecem na mente;
- Preocupação com guardar coisas sem utilidade…
Compulsões – São comportamentos intencionais e repetitivos realizados como forma de aliviar a ansiedade ou prevenir situações catastróficas, porém, sem que haja um nexo para tal comportamento. Exemplos de algumas compulsões:
- Limpeza: Lavar as mãos repetidamente, tomar vários banho ao dia,
- Contar objetos; tocar em algo por várias vezes;
- Deixar objetos simetricamente alinhados;
- Organizar armários por rótulos ou cores;
- Conferência: listas, portas e janelas…
Emoções – Todo o processo pode ser acompanhado por prazer, culpa, medo e aflição.
Essas e outras características obsessivas e compulsivas geralmente são reconhecidas pelo paciente (ou familiar) como excessivas (consumindo algumas horas de seu dia) e frutos da sua própria mente, porém, são vistas como incontroláveis.
CAUSA
Estudos relatam que o TOC é uma interação de componentes genéticos, neuropsicológicos e neurobiológicos.
Pesquisas têm sido realizadas com o uso do PET (positron emission tomography) e sugerem que o padrão de atividade cerebral do paciente com TOC é diferente de pessoas que não possuem nenhuma ou outra doença mental, além de observarem uma atividade neuroquímica anormal em algumas áreas do cérebro.
Alterações cromossômicas são apontadas como fatores de envolvimento no transtorno. Apesar de não ter sido identificado gens específicos para o TOC, considera-se que a herança genética tenha um papel importante na manifestação do TOC.
Contudo, a causa da doença ainda não é bem esclarecida.
DIAGNÓSTICO
É necessário que se faça um diagnóstico e inicie tratamento assim que se perceba algo que indique a patologia. O diagnóstico do TOC pode ser feito por médico ou psicólogo. Sem tratamento, pode se tornar crônica.
PREVALÊNCIA E COMORBIDADES
A doença atinge 2 a 3% da população. A doença geralmente inicia-se na infância ou adolescência. Atinge mais meninos do que meninas na infância, porém, na idade adulta a prevalência é maior em mulheres.
A literatura mostra que 50% dos pacientes apresentam depressão associada. Também referem atenção para o risco de suicídio.
TRATAMENTOS
Psicoterapia e medicação: O tratamento mais indicado é a associação de medicamento (prescrito pelo médico) e psicoterapia.
A prática clínica na terapia cognitivo-comportamental (TCC) mostra que os resultados com a psicoterapia são obtidos já nas primeiras sessões com orientações de técnicas para redução dos sintomas e controle de ansiedade, além de reestruturação cognitiva (correção de pensamentos errôneos), exposição gradual à situação que gera a ansiedade (imaginária e/ou real) e prevenção de respostas (deixar de realizar as compulsões).
Hipnose: Dentro das sessões terapêuticas, o uso da hipnose pode trazer grandes benefícios. O foco é reprogramar a mente no sentido de modificar os registros até então estabelecidos em relação à doença. Também, pode ser utilizada em casos leves como uma terapia de prevenção, evitado assim a piora do quadro.
Ainda sobre o uso da hipnose, a terapia regressiva pode auxiliar o paciente a buscar possíveis traumas que possam estar associados à doença e assim ressignificá-los. Pode-se utilizar também a sugestão por meio de imagens ou metáforas de forma que atingindo o inconsciente do paciente, ele possa neutralizar ou liberar-se dos sintomas.
Por se tratar de um transtorno de ansiedade, ensinar o paciente a respirar e relaxar também trará grandes benefícios.
Neurocirurgia: O tratamento neurocirúrgico (ainda em estudo) é uma opção para casos graves, crônicos e resistentes ao tratamento medicamentoso. Durante o procedimento, ocorre uma desconexão das áreas cerebrais responsáveis pela doença. Apesar dos benefícios, pode haver complicações pós-cirúrgicas e por isso a viabilidade dever ser discutida e decidida por uma equipe multidisciplinar.
Família: A participação da família e o desejo do paciente são fundamentais para que os resultados sejam ainda maiores. A família deve ser orientada no sentido de não reforçar ou compactuar com os comportamentos e pensamentos do paciente, evitando assim, a piora do quadro.
O TOC é um transtorno que causa extremo sofrimento ao paciente. O tratamento existe e buscar ajuda é fundamental para a qualidade de vida.
Indicação de filmes
Melhor é Impossível – com Jack Nicholson
O Aviador – com Leonardo Di Caprio
Referencial
www.portaleducacao.com.br/Artigo/Imprimir/40388
www.psiqweb.med.br/site/DefaultLimpo.aspx?area=NO/LerNoticia&idNoticia=81
www.psiqweb.med.br/site/?area=NO/LerNoticia&idNoticia=308
www.astoc.org.br/source/php/021.phphttp://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/planeta-ciencia/noticia/2015/03/hospitais-paulistas-testam-cirurgia-para-tratar-toc-4715341.html
www.hipnologo.com/blog/hipnose-tratamento-toc.html
www.revistaasbhipnose.com.br/conteudo/25-2014/6.pdf